Fogo Amigo.



07 de dezembro de 2009


Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí {há} perturbação e toda obra perversa. Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia. Tiago 5:14-17

Na nossa vida cristã, assistimos muitas coisas, boas e ruins, vemos pessoas crescerem, pessoas sendo transformadas, vida sendo gerada em pessoas que jamais acreditariam em um Deus vivo, coisas lindas mesmo, (glorificado seja o nome do Pai por essas coisas).
Porém, com tantas coisas belas, esquecemos que estamos a tratar com pessoas, com humanos, falhos, pecadores, loucura!
Vivo uma igreja nos lares, nada de novo evangelho, nada de nova visão, mas uma vida mais simples, cujo Cristo é o pilar, nós nos sustentamos nEle, e assistimos algumas igrejas chamadas undergrounds, igrejas sem paredes, ajuntamento de pessoas e etc, assim, as vezes caímos no erro de achar-nos perfeitos, acima de outros, em um evangelho superior, mais sábios, mais inteligentes, os certos, pensar que outros meios são incorretos, achar que não existe treta, não existe dor, nem pessoas loucas!
Algumas situações vividas esses últimos dias me fizeram voltar a realidade: Somos filhos imperfeitos, sujos em nosso egoísmo, criadores de atraso e injustiças e as vezes acreditamos fazer o bem, acreditamos possuir sabedoria, mas na realidade, é tudo lixo, tudo ego, tudo vindo de nós, se escondermos os erros aparentando sermos sábios, não seremos tratados e comprometeremos a comunhão com o Corpo.
 Se o Pai não habitar, trazendo com Ele a sabedoria do alto, que é pura, pacifica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, nada será de valor, afinal sem amor, proveito algum o nossa “intimidade” e “conhecimento” de Deus serve, é tudo engano, pois o amor vem de Deus, e todo que ama é nascido de Deus e conhece a Deus, quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. 1 Jo 4:7-8.
Que possamos viver o amor não fingido, sem inveja, sem porfias, sem facções, enfim, sem coisas vindas da carne, sem gerar morte, somos todos filhos, residentes do Reino dos Céus, soldados do exercito do Deus Vivo, sentimentos de inveja e facção geram apenas divisão do Reino, comprometendo tudo aquilo que o Pai plantou e planejou, não somos dignos de receber a graça do Pai, muito menos somos dignos de atrapalhar a obra dEle.
Que a luz do Pai nos tire das sombras, trazendo nossas falhas à luz, para que assim possamos ter comunhão com o Corpo e a oportunidade de sermos tratados.

E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. Fl. 4-7

jekyll and hyde

27 de Novembro de 2009

Entrando na igreja ontem, vi todos tão bem, todos tão felizes, todos tão santos, então me perguntei se era o meu lugar, afinal será que existe espaço para um pecador? – pensei.
Acho que não, me sinto tão pequeno, olho para todos os lados e parece que a qualquer momento vão descobrir a verdade sobre mim, sobre quem eu sou e de onde vim... Vão descobrir que não pertenço a esse lugar.
Então tive uma brilhante idéia, esconder tudo, fingir que tá tudo bem, disfarçar que não tem nada de errado, talvez se eu conseguir convencê-los, eu acredite também.
Então eu começo tudo de novo, vou ao meu camarim, preparo meu discurso, pego minha maquiagem, está na hora do arlequim brilhar novamente, brincando com meu coração, jogando minha vida aos porcos, um falso sorriso.
O tempo passa, e passa rápido, por trás das cortinas do tempo, e eu aqui, em meu teatro monocromático, feliz? Triste? Me perdi em mim mesmo?
Minha vida dupla é o disfarce para me enganar, será que assim Deus me ama? Como um boneco plástico, com sorrisos plásticos, vida maquiada? Chamo-me Jekyll, mas as vezes Hyde, sou um experimento manipulado dentro da igreja, todos me verão como eu os vejo. Hahaha
Será que somos pessoas felizes de plástico? Debaixo de um palácio de cartas, com paredes em volta das nossas fraquezas, sorrisos para esconder a dor? Será que todo mundo é assim, ou só eu me sinto pequeno hoje?
(¨¨)
Olha, a performance está convencendo, eu sei cada linha do meu texto de cor, levantar, aplaudir, hora do aleluia, Deus de mistério, é agora a hora da minha palavra – É pra falar do que eu vivo ou do que tá escrito? Tá escrito – penso eu, ninguém sabe.
E quando as cortinas se fecharem? Seria o fim do grande teatro? Minha apresentação teria um fim? Será que somente quando ninguém estiver vendo eu vou poder me descontrolar? Isso me libertaria eu acho, se eu deixasse ver quem sou por trás da minha apresentação, veriam que eu não sou como aparento ser, “A verdade por trás da pessoa que você imagina que eu seja”.
O rolo de minha fita dupla está se findando, é hora de ser desmascarado, homem, pecado, medo, temor, choro, gritos, ira, porfia, cinismo, adultérios.
Se eu contasse? Os seus braços estariam abertos ou você ria embora? O amor que Jesus ensinou seria o suficiente para fazer você ficar?
Homem, pecado, é de onde nós somos. É o que nós somos forçados a comprar. Nós somos amantes assassinos, irmãs e irmãos. Condenamos ao inferno aquele que amamos, sendo julgados e maltratados todos os dias, nos submetemos às mascaras da falsa alegria, renunciamos a dor, escondemos o pecado. Mas eles ainda estão cortando nossas línguas.
Criado o médico e o monstro, uma dupla-vida pra se disfarçar e enganar a nós mesmos, nessa experiência eu sou o cobaia, me escondendo, sem verdade, sem identidade, será que sou filho?
É o Doutor e o Monstro
Jekyll and Hyde...
Mas é demais saber que não importa como estou
Tudo que sou tudo te dou, o maior dos milagres começou
Você me chama de meu filho e me da forças pra mudar, forças pra vencer
Forças pra lutar e pra vencer.
Só Jesus tem o poder pra me livrar
Do que guardo no porão da minha alma
“Só conhecendo a verdade pra se libertar
O amor de Jesus é o remédio que vai te curar”

Relato de um ex Straight Edge

24 de Novembro de 2009

Primeiramente quero deixar claro que minha intenção não é mudar a opinião de alguém, ou atacar um determinado grupo, então, se essa for a impressão, me perdoem.

O fato é o seguinte, eu não sou um straight edge. Por que?

Optei por não seguir qualquer tipo de ideologia danosa a minha fé e tudo que acredito e se movimento SxE, assim como qualquer outro movimento ideológico, e sua forma de atuação (por muitas horas quase uma religião) me impede de ser aquilo que o pai quer que eu seja, e me impede de ter em mim algo dele, tenho isso como perda, para o conhecimento daquele que me enviou.

Todo movimento tem uma ascenção, um crescimento, alguns rápidos, ou mais demorados, uns duram, outros não, e isso não foi diferente com o SxE, que cresceu, se misturou, perdeu certos preceitos, adicionou alguns, se alterou, se expandiu, assim, trazendo muitas coisas novas boas, coisas ruins, mas que está (creio eu) em ascensão, não estou aqui para analisar o que o SxE se tornou, muito menos para defender-me ou defende-lo, até porque entendo as conseqüências de minhas atitudes em relação ao sxe, comentários como “poser” ,“modinha”,”falso” não vai mudar muita coisa mesmo, haha. Na verdade, o SxE foi algo legal, no qual eu aprendi muitas coisas sobre honra, respeito, coragem e eu não cuspo nisso, não condeno o movimento e sua cultura, é algo sim, que vale a pena lutar, porém, passageiro.

Todas as idéias, projetos, trabalhos, militâncias, gritos, lutas, no aspecto humano, vão passar, a televisão, mídia, roupas, som, um dia vão passar. O mundo é passageiro, e as coisas que estão nele também são, então, deixo o movimento para me ligar naquilo que é eterno, naquilo que vai perdurar para a eternidade, para que eu seja achado em comunhão com o Pai verdadeiro, não tendo a minha justiça, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé, para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte, para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição dentre os mortos. (Fl 3:9-11). Então desisto de militar a favor de algo que não seja a cruz, por amor a Jesus.

Como disse o Pr. Marcos Siqueira:
“Todas as ideologias que valem a pena serem defendidas tenho como perda para concentrar-me na única militância que é eterna e capaz de transformar o homem, a sociedade e minha vida: a cruz de Cristo.”

Eu ainda vivo o estilo radical e consciente aos problemas sociais, ambientais e econômicos que afetam a todos nós, assim travando dia a dia minha luta contra a desigualdade em prol de um mundo mais justo, humano e limpo. Porém, sem rótulo, livre de ideologias, morto para a militância, vivo para o Cristo.

"Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo, "
Fp.3:7-8